A ODE QUE VIROU SONETO

Data 07/06/2008 04:51:11 | Tópico: Sonetos

"Júlio Saraiva a colher poesia do chão
dessa madrugada de cortes e sangue
nuvem que explode na parede
um poema sem destino."

Álvaro Alves de Faria, in Babel



As barbas postas de molho

o olhar perdido à míngua

o verso some da língua

só sei o olho-por-olho


o verso que não recolho

machuca mais do que íngua

a rima - se vem - xingo-a

e fecho-me a ferrolho


dos que passam faço pouco

o meu cinismo se ativa

acostumei-me a ser louco


ao rei de paus digo: - Viva!

bato no ar dou-lhe um soco

e sigo só à deriva

______________

júlio


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