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 balada para um loucoData 08/06/2008 14:36:55 | Tópico: Poemas -> Amor
 
 |  | é o vento a desfolhar saudade no livro primórdio da vida, são sagacidades, astros, constelações,
 que se detêm (e nos detêm) em bulícios de vigília
 d’atalaia, aqui,
 no pavilhão interno de nossos ouvidos
 fiando filamentos de tão delicado zumbido …
 
 é o tempo embrionado a preservar num casulo
 a mariposa do cio
 é o desejo refreado de planar as tuas margens
 no raso deste rossio …
 
 são sargaços sobrepostos nossos rostos
 se papoilas são meus braços
 e rosmaninhos os teus
 e largos se estreitam (e nos estreitam)
 a cada fim de  tarde
 num (a)braço caudal de rio:
 - rio eu e sorris tu de nos rirmos useiros
 se nos lembramos
 das romarias, dos cheiros bastos das framboesas
 das amoras fogosas
 e dos cestos de mirtilos em parelha com alcachofras...
 
 [como nos amávamos no saltar das fogueiras
 que recolhíamos nos prados …]
 
 são asas
 as ternuras dos teus beijos tardios, meu amor,
 e meus braços seda púrpura tal crisálidas em espera
 de serem de novo
 viagens
 velas e várzeas
 num adejar corredio de mãos coladas
 p’los céus prata desta cidade
 
 figos e romãs serão nossas bocas
 incontidas e loucas
 nesta volúpia fluida de magma sal e saliva
 de sermos amantes nesta e p’ra além desta vida.
 
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 PS: Nada a ver com Balada para um Locco de Astor Piazolla
   
 
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