
Lei seca
Data 09/06/2008 17:56:10 | Tópico: Poemas
| És um belo hendecassílabo que se sente no céu-da-boca Degustação em banquete celestial Palpitação do êxtase, em lenta escadaria Desde a intensidade do travo agridoce Àquele calafrio que acalenta, os estilhaços de uma explosão Embriaguez do toque dos lábios de bebedeiras sábias sem fim Sabedoria frondosa de “vaga-me” luz Tocata murmurante em acordes de oboé.
Hei-de” néctar-me ”contigo Esboçar a luz em tons de rubi Com mesma mescla de sangue que nos percorre Como um recente hímen rompido Ao galopar a poda da vida em delírios veias dos corpos dementes.
Na mesma mesa de pão e linho No mesmo chão de areia e papoila Na mesma cama de lençóis de seda, A cor de rubi.
Hei-de medir corpúsculos no firmamento em prova - de - pensamento Lançar rumores taninos nas insónias e na busca Penetrar artérias vivas que me tomam de assalto e que não destilo Afundada na superfície incolor de escaldante vidro Penetrando, Projectando, Um futuro tão antigo quanto o presente.
Mas, quero-te tanto que quanto mais te sorvo Mais te quero Não me interrogo e convido-te: A quebrar tudo o que tenho num salto sóbrio que só a ti pertence.
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