ComPaixão

Data 10/06/2008 13:51:52 | Tópico: Poemas -> Reflexão

Um fluxo interminável,
refluxo da vida, insaciável.
Negar a vida,
renegar a morte.

Do céu cai a chuva,
nunca se viu o contrário,
condensada, a gota d’água lava,
o mar que recebe o rio.

A formiga vai no carreiro,
sem saber onde quer ir,
carregada, chegada ao formigueiro,
o mesmo percurso volta abrir.

Todas as manhãs, ao despertar,
apertamos no peito o dom concedido,
adiamos uma geração, relembrar,
o sabor da vida esquecido.

Todas as noites julgamos,
mais um dia a morte se foi,
no corpo jazente, nem reparamos,
na dor de alma que nos mói.

Garrido Carvalho

Abril '08



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