Caminho da felicidade

Data 23/02/2007 13:21:25 | Tópico: Mensagens

Porque razão aconteceu? Quando deixaste de me amar? Terá sido no mesmo dia que partiste? Sem dizer nada, nem uma palavra...
Procuro-te, no silêncio da noite, mas não te encontro... Como foi possível?
Foi o dia mais triste para mim, a ausência e o silêncio... Procuro por ti mas não te encontro, onde andas? Desespero por ti, como do ar para viver. Tantas perguntas sem resposta. Respostas essas que anseio, para poder descansar. Largar o ódio que enche o meu coração e voltar amar. Amar como te amei um dia. Palavras estas soltas, que voam como uma leve brisa. Que nos encantam ao lê-las, mas tanta dor nos causam ao senti-las. Mas são estas mesmas palavras que nos fazem viver. Queria te dizer o quanto te amo, mas não sei onde estás. Lembro-me quando te conheci, numa bela manha de Outono, num sol arrebatador, e onde o frio era presença. Quando te vi na esplanada
junto ao mar, senti o coração a bater forte por ti, aquecendo-me por dentro. Sentei-me numa mesa ao lado, olhava-te, desejava-te... A leve brisa que pairava, esvoaçava o teu cabelo...loiro como seara, que brilhava mais por causa do sol que o reflectia. Suspirava por poder te conhecer, tão bela jovem, mas com um olhar tão triste. Inquietava-me como podias ser tão bela e com tanta dor. Então tive uma ideia para te poder conhecer, fui na tua direcção e escorreguei de propósito para tocar em ti. O olhar que fizeste nunca me esquecerei daquele olhar.... Um olhar surpreendido, como uma pausa nas lágrimas derramadas pelo teu rosto. Desculpei-me atrevendo-me a perguntar o teu nome...tu, soletraste-o com tamanha subtileza, para que ficasse gravado em minha memória. Ousei perguntar o porquê das tuas lágrimas, tu apreensiva, respondeste que sofrias por não seres amada...Como poderia ser, perguntei de certeza, alguém te ama, a tua família, amigos, todas as pessoas que estão ao pé de ti.
Respondes-te não ser esse o amor que falas, é o amor de alguém que tinhas perdido, alguém que amavas incondicionalmente. Não te preocupes, disse, pois se ele não te ama é porque não merece, sorri pois parece teres um belo sorriso aceitas-te, foi o primeiro sorriso que consegui, primeiro de muitos, que tanta alegria e prazer me deram. As nossas loucuras de amor, que tanta alegria nos deu, tanto amor espalhado por essas ruas frias, cinzentas e sem cor. Ficávamos satisfeitos quando saciávamos os nossos prazeres carnais, sempre desejando mais e mais. Até que um dia perguntaste-me se eu sabia quem era, quem fui, o que gostava. Porquê essa pergunta, agora, neste momento? Fiquei a pensar no que perguntaste, e vi que estávamos a ficar uns estranhos, já não sabíamos nada um ao outro. E de um momento para outro, não te conhecia. Um mês depois de teres feito a tua pergunta fugiste, foste embora sem nada dizer, nem uma carta de despedida, nem uma explicação.
Procurei-te na rua como louco, fui a todos os sítios plausíveis e nada. Morria por dentro, uma dor que me consumia, não sabia explicar apenas sentia. Perdi a vontade de comer, de viver. Tentando perceber o porquê, de teres ido embora. Até que num dia, estava prestes a morrer...de amor, vi a tua foto no jornal. Então decidi arriscar, ir ao teu encontro e saber pelo menos a razão da tua partida. Quando te vi, admirei-te continuavas bela, tão bela como da primeira vez que te vi. Perguntei o porquê da tua partida, respondeste que precisavas de te encontrares a ti própria e que eu também deveria fazer o mesmo...encontrar-me, conhecer-me. Não quer dizer que não te amo...amo-te como nunca amei ninguém. Mas enquanto não nos conhecermos a nós próprios, nunca poderemos amar o outro. Por isso me afastei... quando estiver pronta voltarei para ti novamente. Partiste... e com um beijo deixas-te marcado o que não era preciso dizer em palavras... amavas-me, sim ainda me amavas...
Fiquei preso ao chão a ver-te desaparecer, até onde os meus olhos te poderiam alcançar... deixando-me a pensar novamente. Em todo o que tu tinhas dito.





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