 
  
    	          ANTES DO ORVALHO
    	Data 11/06/2008 12:33:08 | Tópico: Poemas -> Introspecção
 
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  Não tenho nada nas mãos Que não se pareça tão alheio quanto o eu que vaga, se dissolve Na mediocridade do cotidiano e áquele que burila suas impressões Em páginas tingidas de veio branco. Ah, exarar é um mister que me subjuga a mente justamente em Seu Entorno, Fazendo-me um vampiro edaz e sôfrego. Exaro porque não escrevo o que querer expressar suponho.
 
  Com efeito, o ima da escrita e da esquizofrenia me beija a boca: Sim, é fácil o perceber, pois tenho atração pelo alheio e pela Pomba.   Não, não devo nomear um dos matizes do que sou das letras  Que embevecedoramente compõem o corpo do verbo Alheio. Não, não devo. Não, devo sabê-lo e senti-lo Mais presente e, metafisicamente, mais palpável. Por isso, devo Empregar o vocábulo que o descreve perfeitamente:  sim, falo do verbo que traduz  Concisamente o que verazmente sinto. Ah, vocês querem saber o nome do verbo. O nome do verbo É o vazio, o nada perseguido! Sim, porque o alheio é a inefável névoa de mistérios, Que nunca deslindo... É a semântica de um singelo poema Que, até aqui, compreender não consigo. Enfim, o alheio é o horizonte do sol que nunca vejo refulgindo!
 
 
 
 
 
 
  Na verdade, o que sei é que amanheço e anoiteço Sob o esteio de um firmamento de escassas alegrias... Sob a égide de um dilúvio de dissabores condensados que me Guiam... Sob a proteção do câncer da solitude que me açaima, Fazendo-me trôpego caminhar sobre sáfaras.
 
  Só sei que nas mãos minhas seguro uma caneta Que quer prrencher um espaço vazio: O qual, quando escrito, personifica o opaco, Pois não deixa que a luz da atemporalidade  Trasncenda á medíocre grandeza de uma folha em branco.   Oh, a grandeza do branco do mádido orvalho!
 
 
  JESSÉ BARBOSA DE OLIVEIRA
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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