PARA PÔR FIM AO CASO SARAMAGO E PLÁGIO

Data 11/06/2008 16:06:51 | Tópico: Mensagens

A respeito do suposto plágio - ou incrível semelhança - do livro Levantado do Chão, de José Saramago, em cima de Seara de Vento, do também português Manuel da Fonseca, quero esclarecer que jamais rotulei o primeiro, o qual tive a honra de entrevistá-lo, aqui no Brasil, de mau autor. Disse apenas que sua obra, no conjunto, e a acompanho, desde a época em que ainda não era publicado por editoras brasileiras, mas apenas pela portuguesa Caminho, não está à altura do primoroso romance Memorial do Convento. Quanto à sua, dele, poesia realmente deixa a desejar - Provavelmente Alegria e Os Poemas Possíveis são fracos. E isto externei quando exercia o ofício de crítico literário em veículos, no meu país, de peso, como revista Manchete. Uma autora deste espaço, com quem me retratei publicamente, insinuou que era um comentário de crítico frustrado. Não é o meu caso. Aliás, abandonei a função quando passei a publicar os meus livros, por questão de ética. Não acho compatíveis os ofícios de escrever livros e criticar os dos outros, embora muitos o façam. Como autor, também não me considero frustrado. Pelos comentários que recebi nesta casa, de pessoas que nunca vi, fica claro. Nunca paguei edições dos meus livros. E ainda ganhei alguns prêmios. Voltando à poesia de Saramago, ela é tão ruim que nem ele mesmo voltou a escrever em versos, bem como o brasileiro Machado de Assis. O romance A Jangada de Pedra é considerado ruim pelo próprio autor. No meu tempo de crítica literária fiz muitos desafetos. Nunca bajulei amigos e muitas vezes comprei livros do meu próprio bolso. Nunca adulei editores. Ou fiz críticas por encomenda. Gostaria que lessem Seara de Vento, da também editora Caminho, e o colocasse em confronto com Levantado do Chão. Depois me digam. Não tenho e nunca tive a intenção de agradar ou desagradar quem quer que seja. Apenas procurei ser honesto. Premios como Nobel e Oscar nem sempre o são. A não ser pelo dinheiro. Um milhão de dólares, no caso do Nobel, ninguém atira pela janela.

Júlio


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