
Folhetins da chuva
Data 11/06/2008 20:37:51 | Tópico: Poemas -> Reflexão
| FOLHETINS DA CHUVA Maria José Limeira
Olho grade da janela. Contemplo mundo que passa. Vejo cavalo sem sela trotando à chuva que grassa.
Quem está fora ali fica. Aqui dentro, sai fumaça. Chuva forte alambica. O que mais dói é desgraça.
Olhando assim pela grade, não sou eu alma penada. Prendi amor e saudade. É cativa a madrugada.
Pingo de chuva escorre. Céu cabe dentro da mão. Passarinho está de porre por amor que não lhe dão.
Olho tempo e vejo chuva. Mundo está na prisão. Talvez cela seja turva. Não sei se cinza ou carvão.
Chuva respinga do céu. Do lado de cá, o chão. No meu dedo, frio anel. Ao meu lado, solidão.
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