RUMO AO CREPÚSCULO

Data 13/06/2008 17:30:45 | Tópico: Poemas -> Desilusão

RUMO AO CREPÚSCULO



Outrora eu pensava ser d’ouro minha jangada:
Ao lançar meus olhos em direção á gradativa e fátua linha do horizonte,
Vislumbrava lufadas de auspício do futuro, não muito ao longe.


De súbito, o rutilante sol do altruísmo
Pairava-me sobre a alegre mentosfera onírica,
Seara onde vicejava e desabrochava
A indestrutível flora da luta pela Justiça.



Outrora eu pensava ser capaz a minha jangada
De seguir incólume a centelha que asfalta o itinerário do oceano de flores da isonomia,
Suplantando as intempéries do mar fingidamente fugidias
Que a resplandecente fonte do estio esconde em sua íris ígnea



Afinal, de espólio do casulo tornei-me antrópica abelha:
E ao me torná-la, a opacante mão da languidez autoritária
Transformou em transatlântico de ouropel a minha aurífera jangada!



JESSÉ BARBOSA DE OLIVEIRA


Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=40769