Rei vadio

Data 24/02/2007 23:14:10 | Tópico: Poemas

Lanço na folha
O poema a um rei vadio,
Rei em rua emparedada
Que o vapor humedece
E o lixo enche.

De rei tem a calma
Que não lhe vende a alma
A qualquer diabo que a queira,
Mesmo deitada numa esteira
Ensopada e cartonada.

De rei vem-lhe a coroa,
Disfarçada de chapéu roto,
Com espinho que magoa
A têmpora rasgada
Por alguma farpa aguçada
Saída de cernelha doída.

De rei até o sangue
Quelhe corre azulado
Se avermelha celerado
Ao sair pela abertura
Que ficou por fechar.

É rei de reino
E vadio de rua,
É rei de rua
De sorte nua.

Valdevinoxis


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