
LINHA DE CORTE
Data 17/06/2008 02:28:37 | Tópico: Poemas -> Introspecção
| LINHA DE CORTE Paulo Gondim 16/06/2008
Em meus devaneios, me perco sempre Viajo por vias tortuosas, longas, infinitas Deixando um sonho em cada parada Um desejo ao longo da caminhada Uma vontade esquecida Alguns espinhos Na alma ferida
E aí faço um balanço da vida, um acerto de contas Alguns ajustes aqui, uns arranjos ali E pouco sobra, pouco faz sentido Meu lucro foi todo perdido Poucos créditos de amor E do pouco que ficou Só um débito com a vida
E me vem a cobrança, na figura da idade Nua, crua, implacável, sem vaidade Me arresta tudo, do pouco que sobrou Confisca com esperteza o pouco que sou E como muita clareza, nada deixou Até a esperança, também levou
E nessa vil contabilidade, não existe soma Só se diminui, nada mais se divide Tudo se encerra nessa linha de corte Quando tudo definha, pouco se alinha Ao homem, só resta rezar sua ladainha Para que se retarde, quem sabe, a morte
|
|