química(s)
Data 22/06/2008 08:53:17 | Tópico: Poemas -> Surrealistas
| encontrar-te na essência matemática dum teorema na raiz quadrado do cálculo
exacto
calcular a distância precisa que distancia o ângulo obtuso de um gesto à constante física da permitividade do vácuo…
permitir Demócrito a imaginar de nós, partículas indizíveis, invisíveis atómicas
evoluir sem medo no modelo anatómico na anatomia de corpos celestiais e ousar preencher dele, um a um, em perpétuo estado prazeroso, no mais altaneiro paraíso, vazios espaços;
desdobrar formulas indefinidas em equações simplicíssimas d’orbitas interiores reconhecidas energizar afastamentos (sem queixumes, sem lamentos) na força intrínseca das bases e dos ácidos;
captar da vida, desta que nos resta, desta que no acto de nascer nos foi oferta, na substrução cúmplice dum gesto, protões energéticos, concentrando na solução aquosa de pétalas de rosa, iões HO-; macerar sentidos e exalar ópios multicolores;
vencer a inércia, não esquecendo Newton, da primeira à terceira lei, esta que nos revela que cada acto contém em si uma interacção de acção-reacão- ininterrupta e reactiva -, em conjugação com a lei fundamental da dinâmica.
imprimir velocidades similares aos nossos quereres nos sentidos coincidentes, nas direcções calculadas (ou não ...)
palmilhar, ousando, ruelas escuras, límpidas estradas, peneirando luas e luares numa paleta de cor.
entrelaçar salivas e condutas num tango contínuo de pernas e palavras. numa fusão de corpos ausentes d’atrito. sucumbir na plenitude dum movimento uniforme e no silêncio orgânico dum grito anunciado num lei inaugural da química.
... porque todo o poema é, no essencial, um poema de amor!
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