INDECIFRADA

Data 27/06/2008 00:15:07 | Tópico: Sonetos

Nunca tentes me decifrar, amado!
Nem olhar nos olhos do meu ventre...
O meu umbigo é a luz do meu poente,
Sol, que arrepia o teu afago!

Céu, que geme vis, nuas grutas;
Paz, na oratória dos orgasmos;
Vidro que se quebra nos orvalhos
Ponte que se ultrapassa à penumbra!

Morte em vida que se convulsa!
Na cólera dos meus adágios...
Misto de mulher e de aversão!

Fogo que irradia a solidão!
Jóia sem o brilho dos marasmos
Filha dos grandes bárbaros castrados!

(Ledalge, INDECIFRADA)


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