Martírio

Data 01/07/2008 01:06:50 | Tópico: Poemas -> Desilusão

Adolescência fluindo nas veias,
Sonhos em mim emergindo,
Eu e toda a minha jovialidade.
Plantei teu semblante em meu peito,
Arei teus desejos com afeto,
Ergui teu jardim em meu ser.
Virei teu poeta, teu venerador,
Compus serenatas, te entreguei minha alma,
Bebi o néctar de delírios imaginários,
Visitei o nirvana aspirando tuas curvas,
Sofri enfermo sem teu cobertor.
Mas quando percebi surgiu à aurora,
E já era tarde demais,
Os trinta vestiam minha face,
Sina cruel dos apaixonados,
Detentores de amores não realizados.
No espelho observo meus prantos,
Derramando, rolando, lentamente em vão,
Nos olhos rugas de momentos de martírios,
Por dentro aridez, restos de meu eu pelo chão.
Onde ela jazia em mim, agora reside à noite,
A realidade traiçoeira a cruzar o meu caminho,
A única companheira que entende minha dor.



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