CEGA

Data 02/07/2008 00:12:27 | Tópico: Sonetos

Sou a vil, fria andarilha que caminha,
Pelas ruas, estradas do meu peito.
No carvalho, risquei teu nome eleito,
Na mudez, dor, que cega a vida minha!

Trôpega, vou sinistra pela tua
Linguagem, que advinha os meus aflitos,
Ares, que já terminam no infinito
Dos meus cegos sentidos pelas nuas...

Paragens, que verão nos teus desejos
Miragens mais palpáveis dos teus beijos
Nas cegas mãos coladas no calor!

E cega de sublimes sentimentos,
Verei no orvalho o sumo dos teus mentos;
Pra me despir dum modo encantador!

(Ledalge, 1ºde junho de 2008)


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