RABISCO

Data 04/07/2008 00:16:04 | Tópico: Sonetos

Rabisco a nua folha que me olha,
No céu da minha boca, eu oferto,
Um mundo de salivas eu liberto
Das profundezas dos sais de outrora!

Da minha infância de menina arteira
Fazendo arte com a vibração
Dos anjos, das moiras e das estrelas
Rabiscando faróis sem solidão!

O meu reinado de poeta intrusa
Nos fios d'oiro, das celebradas musas
Eu fui ao céu e ao inferno em minutos!

Rasguei meu hímen em tormentos exaustos
E hoje rabisco árvores em pedras no asfalto
Sem pressa, sem chão, meus vultos!

(Ledalge, RABISCO)




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