Escárnio

Data 04/07/2008 21:49:01 | Tópico: Poemas

Funesta é a desgraça unânime…
O olhar atento e audaz de um animal
Melancolicamente fixo no povo pusilânime
Que não destrinça entre bem e mal.

Efémero sentimento putrefacto
De uma imparável pústula,
Desvendado num reles e ignóbil acto,
No manejar de uma simples bússola.

Nem Sul, nem Norte,
Canta o histrião
Que inconsciente ri da morte
Com ar de ás… campeão!

A todos o meu vilipêndio,
O meu sentimento hodierno,
O anelo de sentir o incêndio
A queimar no pacífico inferno.

Essas bestas que dormem…
Pungentes lipomas da sociedade,
Sequiosos quando se nutrem
Dos pilares da liberdade.

Deitado no zéfiro do mar
Olhando curioso os hipocampos,
Sentindo as ondas no meu respirar
Luzes noctívagas dos pirilampos.

Sinto como nunca o vurmo
Que escorre pestilento como água
Penso que contigo já não durmo,
Sinto a cada dia igual mágoa.

Olho impávido o zanaga que passa,
Ao longe, no engate, uma virago parada,
Ilustrações distorcidas da memória escassa
Descrição verborreica em viagem enjoada.


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