O Navegante

Data 09/07/2008 02:31:34 | Tópico: Poemas -> Introspecção

Kraken ocupa-se de marinheiros bêbados em Tombadilhos,
E náufragos que buscaram no íntimo motivos para Viver,em conflito,
Pereceram nas mãos do sanguinolento mito,
Esquecidos,desamparados,comprando amores em terra,
Tombando infelizes em grandes barcos à deriva.

Filtrando a luz interior abismais entidades cegas Clareiam espaços perdidos,
Onde trevas eternas não atemorizam aqueles que já Nasceram malditos,
Tentáculos e vísceras,sem olhos montros Unicelulares,
Ao redor deles passeiam despreocupados e Desapercebidos

Mas muito acima, sim, despedaçando-se em Redemoinhos,
Outros cegos procuram certa luz perdida,alguns Estúpidos,outros muito cultos,
Sem alcançar a cura de hereditários castigos em Seus espíritos,
Adoecidos,irados e fracos prosseguem desiludidos,
Até que a penumbra de crepúsculos repetidos,
Faça soar a voz da razão em dúvidas relegadas a Segundo plano
E a Morte aproxime-se sedutora.

Também eu navego em mares pouco conhecidos,
Afinal de contas navegar é preciso,viver não,
Optando no entanto por infeliz destino,
Desposei a tristeza e há muito medito,
Ternamente com nossos filhos infelizes emudecidos,
Catalépticos e soturnos,sendo estranhamente belos
Em labirintos complexos de trantornos psiquícos,
Blasfemo,
Encontrando alguma satisfação em cuspir na face De Cristo
Ao balouçar das ondas de pranto em vasto oceano.



Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=43515