
Valsa de águas
Data 05/03/2007 07:54:26 | Tópico: Poemas -> Amor
| Noite serena. Procuras e eu procuro no murmúrio breve de um poema no silenciar das vagas - alinhadas as palavras -, árias inaudíveis aos ouvidos dos deuses ventos. No mutismo, a noite avança em nós. É ausência e permanência... E os corpos se buscam, se fundem, numa eterna dança, Em busca de afecto, num Mundo, só nosso ... secreto! Valsa de Águas ... Em que a postura correcta É sermos nós mesmos, habitantes de silenciados poemas. Em que a postura, nos impõe a regra do fio de prumo - o nosso rumo... No palco negro da Vida, buscas a Margarida. Olhas-me, profundo do fundo meu olhar, no imo ... tecido na matriz do verde-mar.. Sempre a dançar, nos teus abraços de Luar... Olho-te, no fascínio, perdida no negrume e no queixume dos teus olhos de menino... - o fundos do meu Mundo ... Mudo! Mar! No enlevo - elevas e elevo o pescoço. a formar um ângulo recto ... com o peito... Envolves-me (que sou criança) num bailado secreto ... Nesta dança, em segredo, voo agora no teu dorso... Quedam-se nos nossos queixos – na ânsia e no desejo do consumar do beijo! Melodia .... Harmonia, este aceitar de acertar do passo ... (só louco o coração, suplica o desalinho do compasso). A noite avança, rodopia e dança, no frio e no rodopelo breve de aves a navegar ... Que assim somos, valsa de Lua e de Luar ...
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