*CANSEI: CONFESSO*

Data 16/07/2008 16:57:14 | Tópico: Poemas -> Desilusão

<p align="center">

<font color="#006600">*Cansei: Confesso*

De tanto ver a vida em desventura
Dos gritos dispersos aos tormentos
Das páginas dos jornais sem ruptura
Que o cansaço se afoga em lamentos
Apenas a palavra em meus momentos

Dos discursos em promessas vãs
Aplausos de vozes em coro aberto
Das mentes nuas em corpos sãs
Na rotineira caminhada em deserto
Olho todos, ali ninguém por perto.

Os números crescem sem fronteiras
Os povos unem-se pelos valores
Os mentores da guerra em trincheira
A plebe sempre a mesma, desertores.
A platéia assiste, humildes clamadores

A terra gira sem desviar a rota
A flora chora cativa das asneiras
A fauna longe da terra que lhe brota
A juventude voou, quais volandeiras
Eu impotente, só o poema na algibeira

E o amor cantado em prosa e versos
Do seresteiro a primeira canção
Do cantador a embolada em reversos
O coração desafinou sem devoção
Os valores clamam mais emoção

Os dogmas multiplicaram sem fé
Os estereótipos habitam nas peles
No amor, dor, religião, canção, axé...
Os supérfluos comandam as galés
Oh! Amor não me deixa sem marés.

Sogueira<center></font>


Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=44450