Faço da minha casa o relento

Data 07/03/2007 15:13:17 | Tópico: Poemas -> Tristeza

Todos os dias subo e desço
as calçadas desta íngreme rua,
olho em redor para te ver,
cheiro o vazio para te sentir.

Em todos eles pergunto se mereço
despir a minha alma, já tão nua,
dos preconceitos que julgaste ter,
mas que não tiveste em me ferir.

Dou as mãos com o frio do vento
enquanto mato as lágrimas que choro,
num turbilhão de cheiros e som forte.

Faço da minha casa, sem telhado, o relento
que cai nos dias escuros em que moro
sem pressa de sair, sem medo da morte!


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