Inconstante

Data 20/07/2008 23:09:06 | Tópico: Poemas -> Introspecção

Em jeito de poesia lá vou tendo,
Uma ou outra vontade de escrever,
O que o sentimento me manda,
O que o coração enaltece,
Numa palavra de carinho,
Num gesto intenso,
Num olhar defunto,
Numa característica, num caminho,
De quem luta contra a força das palavras,
E no alto de um monte joga uma lança,
À vida que nunca quis,
Que não teve a culpa de morrer,
Pela triste consciência de num acto infortuito,
Afirmar tudo, o que nunca saberia dizer.

Logo, sei o que me trouxe aqui,
Terá sido necessidade ou um passatempo?,
De passar este tempo que não passa,
Sem isto ou aquilo com que me entreter,
Sabendo que as coisas mais importantes também se deveriam fazer,
Sem a desculpa de não ter vontade,
De enraizar sentimentos de saudade,
E entrar como manda a lei,
Neste jogo chamado realidade.

Oh pobre vida, também eu saberia viver,
Se tivesse o que não tenho e conquistasse a ambição em ter,
O que desejasse por momentos,
Uma alma e outros sentimentos,
Que não esta culpa (desculpem a misericórdia),
Da inércia de estar sentado,
Olhando sabe-se lá para onde,
Vendo riscos e quadrados,
Numa geometria quase perfeita,
Vendo casais de namorados,
Em harmonia constante, numa conexão feliz,
Em que ganha o momento,
Invejando eu a liberdade que não tenho mas que sempre quis.



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