OS CAVALEIROS DE PANDORA

Data 21/07/2008 12:28:00 | Tópico: Poemas -> Reflexão

OS CAVALEIROS DE PANDORA


Tropas do Apocalipse galgam a proeminência íngrime.
Como morcegos ávidos por plasma,
Bebem, indiscriminadamente,
Sangue de honestas e contaminadas ferramentas:
Ambas deveras voláteis, obsoletas!
Adrede e de bom grado o fazem.
O fazem pois possuem três pérolas preciosas
Em sua concha de desejos guardadas. São elas:
Em primeiro lugar,
Enaltecer a torpe quimera da boa proteção.
Em segundo lugar,
Livrar-se da andrômeda de ameaças que obstem sua ascensão
E em último lugar,
Fabricar copiosa mão-de-obra para tornar indestrutível
A garrida e impenetrável mansão.
Por isso, galgando, eles vão!
Ah, e, na roda-viva da tirania, a ordem se estabelece...
Ah, e, na roda-viva da tirania, um duplo dia anoitece...
Ah, e, na roda-viva da tirania,
A morte paira por sina sobre aqueles que já jazem sobre o arquete
De uma desgraçada vida!
Ah, e depois, lá vão-se embora
OS CAVALEIROS DE PANDORA.
Ah, e depois, lá vão-se embora os anjos:
OS ANJOS DA BOA HORA!



JESSÉ BARBOSA DE OLIVEIRA


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