INCONSOLÁVEL

Data 22/07/2008 14:30:36 | Tópico: Sonetos

Sou a inconsolável menina, que o dia
Tirou do olhar o viço do momento.
Tirou do sorriso o sol e do vento,
Levou de minhas marcas a poesia.

Não que eu veja mais estrelas tiritantes
Nem o clamor das águas a escorrer no corpo;
Numa banheira frígida, que sem gozo
Trouxe amor em frascos vacilantes!

Quero, pois, amar às alvoradas!
No campo, na chuva, na partida, na chegada...
Dentro dos olhares como seios despidos!

E chegarei formosa ao céu, que inconsolável,
Há de sorrir de amor ao meu carinho afável
Sem que a vastidão lhe desnude os sentidos!


(Ledalge, INCONSOLÁVEL)



Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=45218