Sonâmbulo
Data 22/07/2008 14:45:45 | Tópico: Poemas -> Sombrios
| Despertei no teu silêncio outonal de entardecer nublado, E sorvi todas as lágrimas de solitário desespero, É imperativo agora que da minha tumba sacrílegos desejos ressurectos, perigosos, Caminhem feito verdade desnuda,estranhamente bela, magra e infeliz do incorpóreo retorno Em beijos cálidos que tiram sangue quando concretizados.
Satã violou meu túmulo ,como anjo reverenciado, Na atmosfera de inércia descrente,atônita. É como acordar com a pele marcada em nuances de cinza pálido, Como o doente crônico resginado confundido com serenidade plácida, O que ganha sentido no fim das contas apenas reintera a dor de outrora guardada, Em insconscientes lamentos revelados em sonhos.
Eu vi o silêncio mover-se na aurora,em teus grandes olhos o pecado, Teus tãos meus apaixonantes olhos negros de cílios longos, Onde sombras desviam-se do Hades para contemplar o reflexo da paixão encarnada, Erguendo braços e pernas quase atrofiadas soprando a poeira do descaso , Arrastando o pesado rito funerário para encontrar-te.
Abraça-me enquanto acarinho teu pescoço firme e sanguíneo pulsante, Antevendo o êxtase de último desejo realizado em vivo orgasmo, Fingindo resistência para que o consciente perdoe sua falha em pacto macabro, Em relativa moralidade de raro e necrófilo, não, necromântico prazer.
Forças se vão nas idas e vindas de fortes estocadas, Ganhando asas enegrecidas em espalhadas risadas Ciprestes e lírios, quadros e velas sua importância não cede em nada,na criação da atmosfera apropriada de Sombrio desígnio alcançado, Quando tornamo-nos um só,desfilando fora do caminho despretensioso de gratuita malignidade Nos sádicos e voluptuosos dias de luxúria,assombrando as praias de areia escura Contornamos os rumos de mistérios fantasmagóricos.
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