CEMITÉRIO DA ESPERANÇA

Data 23/07/2008 11:32:22 | Tópico: Poemas -> Desilusão

CEMITÉRIO DA ESPERANÇA


Raios anti-auspiciosos incidem sobre a retina de meu cérebro,
Toldando-me a nitidez do horizonte.
Por mais esforço que eu faça para enxergar a estrada,
Não consigo. Muito pelo contrário. Na verdade, eu me perco
Dentro da selva do barátrio e da neblina do alabastro do nada.


Muitas sombras transitam por esta retina:
Algumas, conforme fossem a própria personificação
Da velocidade de um trem-bala;
A maioria delas, consoante estivesse aprisionada no limbo
Da força estática, que move o cruzeiro das feridas do sonho,
Sendo que estas últimas, as sombras mais prosaicas, são insensíveis á falsa e compulsória volatilidade das eras Postergadas.


Então gosto de me anular transcendentemente,
Afogando-me no mar da divagação:
Ao rememorar o destemido gladiador que outrora eu era,
Penso esperançoso novamente em sê-lo, amanhã.


Toleima, isso sim.
A verdade é que sou um empreendedor eunuco.
A verdade é que sou um navegador que sucumbe
Quando avista “ O Cabo do Bojador”, imerso na bruma
Do horizonte obtuso!


JESSÉ BARBOSA DE OLIVEIRA


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