Jaz-se silêncio

Data 24/07/2008 00:59:19 | Tópico: Poemas

Calem-se os silêncios
que ferem a voz
calem-se as vozes
que ferem o peito
Calem-se!
Calem-se!

Calo-me eu também
Há betume que chegue para todos
com formas disformes
caídas
da existencia do inaudível eco,
a ecoar em zizezague no túnel da insónia
Rompe barullhentas certezas
Mimos amontoados
convulsas penas
asas de compridos filamentos
descalços fantasmas
eternamente mudos,
aos apelos dos silenciosos medos

Corram!
Corram!
Para o conclave ordenado- ordeno!
Calem-se todos!
Cala-te!
Calo-me eu também!
Jaz-se silêncio...
Se o silêncio é ouro
A palavra é todas as cores.


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