Cemitério dos prazeres
Data 24/07/2008 21:21:39 | Tópico: Poemas -> Sociais
| Chamava-se Valentina descrente Descendente dos emires dos nómadas por tanto pousar nas esquinas já não tinha pátria ou condição. Podia chamar-se Maria ou outro nome de mulher chamar-se noite inteira atirada ao lado de um homem qualquer.
Com congestões de mãos penetradas no seu silêncio Com a sua boca desgrenhada a cor voltada à lua cheia Escrevia cartas plenas de amor.
E, sabia soltar o canto do seu abandono A sombra longa do seu corpo breve de menina Perguntava tantas vezes Sem resposta alguma: “ Quando for grande vou saber o que é o amor?”
Mas, chamavam-lhe “puta”, e muitos outros nomes também Dado aos íntimos arquivos Tensões Pressões de estilizados hábitos, ou demandas sociais.
Tenho encontrado gente restos fragmentados trechos de “bom-tom” spirials brancos ou ave-marias que me perguntam quem é?
Apenas respondo o que sei “Repousa no cemitério dos prazeres”.
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