A NOITE

Data 25/07/2008 00:34:30 | Tópico: Sonetos

"A noite sempre vem na curva anónima da estrada,
Lembrando-me quem deixei de ser por ti,
Gritos mudos entoados nao servem de nada,
Cobre-me em tua madrugada, faz-me ver o que perdi..." (PAULO ALVES)

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A noite espia os cinco elementos,
E descortina o lilás da madrugada.
A noite desnuda o corpo em alvorada,
Num misto de prazer nos batimentos!

Nessa hora é que os amantes se entregam...
Nos lençóis azuis das sedas que clamam.
E à calma, a noite desvenda os meandros,
Dos colos nus, das ereções dos egos!

E como a confidente, que sempre silencia,
A noite cala os gemidos das manhãs.
E quando o azul do mar já aparece...

É hora da noite recolher as suas vestes
E descansar o semblante das maçãs
Que são devoradas à luz do dia!


(Ledalge, A NOITE)



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