RETRATO

Data 26/07/2008 16:12:53 | Tópico: Sonetos

Querubim distante, alma grega,
Poço da minha desventura.
Por que não te deste íntegra?
Por que esta efígie dura?

Olha pra ti, figura rude;
Meça o tamanho do teu ato.
Como pude, Deus? Como pude
Ver a doçura em teu retrato?

Ele está lá. Sorri ainda;
Teus olhos ainda brilham tanto...
Indescritível claridade.

Estranha emoção que não finda,
Cruel desejo, mortal encanto;
O oposto da felicidade.


Frederico Salvo.






Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=45732