Tinta de Sentimento

Data 28/07/2008 13:17:45 | Tópico: Poemas -> Góticos

Não sei quem te fez tão triste,
Poema de divagações e de venerações confusas,
Dispersas pela solidão
Como sopros sussurrados à loucura do tempo,
Cantados em lamentos de sentimento
Escritos na mística imortal da tua sanguínea tinta.
Não sei quem te ensinou
A ser grito que dispersa o estremecer
Entre as paredes dos labirintos da alma,
Mãe dolorosa chorando os filhos apodrecidos
Na dormência da eternidade,
Árvore descarnada de frutos ressequidos.
Não sei quem te criou,
Poema sepultado na pedra fria do meu corpo
Aberto em cruz à cólera celeste.
Sei que és um gemido estrangulado antes de nascer,
Na génese dos tempos deixados por viver,
E que és tormento de todos os dias
Vivente no mais absurdo dos confins de mim.



Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=45906