Livre corre o rio no berço embalado, por pedras bordado, volta e desafio, volúpia e corrente, paixão em crescente, corre, livre, o rio... A espuma refaz-se em rendas e laços de leito macio. Livre, quase, o rio... a orlar esperança, mar-à-vista, ânsia, desova e cio... Cristalino Adágio... ...... .... ... Livre corre o rio?... As pedras... nuas ameias, vil desafio. Ao longe... sereias... Refém do sol posto, amarga-lhe o gosto destino sombrio. As fímbrias... sujas, nas margens corujas a cobrir de noite poluído açoite de trevas e frio... Sangram-lhe o ventre mínguas de luar crescente...
Livre como o rio?...
O Homem não sabe ao que vem... e a Natureza ri, de puro desdém...
|