“nau portuguesa”

Data 04/08/2008 15:35:40 | Tópico: Poemas


Baloiçam lanternas no convés

Iluminárias de mar de lés a lés

Bailarinas de fogo expandido

Sobre as danças dum mar perdido.

Baila a candeia de homem na proa

E ergue-se uma onda que a sobrevoa

E à ré uma candeia incandescente

Volteia sem sombra de gente.

Dança quem dança sem parar

Entre a densa névoa que invade

Ressoam algures as palavras do mar

Ecoam difusos os ritmos da tempestade.

O mar, o céu, a noite e o vento

Onde vagueiam sombras desfocadas

Escuta-se o choro e o lamento

E ouvem-se risos e gargalhadas.

Feita ao mar neste cenário

Vive esta nau sem sinal de alguém

Palco real, outrora imaginário

Desta nau sob o comando de ninguém.




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