
dia lético
Data 12/03/2007 14:43:22 | Tópico: Poemas
| dia lético Por que é assim? Uma parte de mim procura o céu, enquanto outra parte me leva ao inferno, e a um alguém sempre sobram brasas incandescentes, enquanto outro minha brisa no rosto sente. Porque o medo? E de quê? Se não há maior perigo a mim que eu mesmo. Porque o controle? Se o controle é imaginário. Porque não ser logo um descontrolado. Sou contradição. Mas opostos se atraem, e também se completam. Iguais também podem se anular em vez de somar! E pior ainda, sobrepor. Se sou presa faz-se predadora, leoa. Faz-se presa que te caço. Desperta o meu ser animal irracional. Abre o jogo, ensina-me a jogar. Uma vez serias, planos alcançarias, mas depois da ventania sobraram apenas folhas sopradas ao chão, e o que era sol fez-se garoa, atmosfera fria de uma fração de vida, que antes de existir veio a ser perdida. O amanhã ficou vazio. É isso mesmo. O amanhã não ficará, ficou. Nem as flores terão mais cor, nem seu perfume, valor. Antes de lavrar a pedra e preciso saber porque a natureza a fez assim... Não, não entenda! Apenas aceite. Pedras podem atrapalhar um pouco a caminhada, mas fazem do caminho muito mais belo. Caminhos podem ter além de pedras, espinhos. Assustam? Podem ser desconhecidos, sinuosos e estreitos, e resistirem a revelar o que encerram, mas não aguça a curiosidade? E o desejo! Insegurança!!! Tudo se completa para surgir o todo. E quase sempre o todo, belo, é formado por insignificantes partículas feias, Ou não! Tudo é verdade. Basta crer. Mas verdade ainda maior, é que tornou-se enorme o vazio que ficou diante da trilha não percorrida.
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