Frágil

Data 11/08/2008 14:06:44 | Tópico: Poemas

Percebo agora o que me dizes
Que a vida, como tudo, tem fim,
Fim esquecido e maltratado,
Assim perdi a noção da palavra.
Deixei de ler o chão que se lavra
Sulcado por minhas mãos, o fado,
Cantado em tons de lágrima, para mim,
Versos meus que te deram raízes.

Não sei escrever amigo ou dor
Porque dói não ter a tua amizade,
O toque macio do teu precioso saber
De brilho imaculado, ar divinal.
Queimo incensos de cor fatal
Em feitiços feitos para te ter,
Necessidade que agora me invade,
Receio de não me ver, pudor.

Visto-me de mil sensações,
De destinos numerados sem rumo.
Dou voltas ao mundo em pensamento,
Rasgo as palavras que não entendo
No tempo e nos erros que emendo.
Raiva, pura raiva que invento,
Na parca existência que aprumo,
Dispo-me de todas as ilusões.


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