Num dia de Sol

Data 12/03/2007 18:47:16 | Tópico: Poemas -> Amor

A memória acorda,
lembra-me
quando o tempo foi nosso,
e senti a tua pele
de seda fina,
tremendo do desejo
que nos rasgava.
Retomo os dias,
como se o vento
Sião
tornasse,
em palavras de areia,
fustigando
os nossos caminhos
sempre encontrados.
A memória, irmã do hoje,
filha de ontem,
sabe quem és,
aperta-te nas minhas mãos,
e gritas meu nome,
nua,
teu corpo retesado
de prazer.
A memória fala
do teu cheiro
selado nesta liturgia
de gestos e cumplicidades,
e teus beijos
pronunciam mil Primaveras
chegando,
com poemas,
desenhos da vida
deixados em papéis
pelas mesas.
São passado de dois,
momentos feitos do tempo,
da inconstância dos seres,
do fogo esmorecido,
das paixões viajantes,
de sorrisos perdidos;
- A memória acordou hoje
pronta a tomar-te,
em meus braços,
num dia em que fez Sol.


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