Coisa do sertão, coisa de Lampião

Data 13/08/2008 22:47:48 | Tópico: Crónicas




O povo diz — mas no tempo de Lampião era assim… —

Eu por acaso vi outro dia na televisão, sua neta e herdeira da vasta informação que compõe a biografia do avô, falar que grande parte do que escrevem sobre ele, não tem o teor da verdade.

O que se sabe é que era um tempo difícil aquele no sertão… e, embora exerça em nós, um certo fascínio a história de amor do “capitão” com sua Maria Bonita, aqueles eram momentos duros da história, o cangaço e os jagunços, a vida e a morte muito próximas dos homens e mulheres que viviam estes fatos.

A saga do lendário Virgulino Lampião e seu jeito de sobreviver na clandestinidade, as marcas de violências que ele sofreu ou impôs, desencadearam filmes, contos, músicas, cordéis, livros e temas que se possa fazer dele.

No tempo do jagunço

Cada esquina era tocaia

A nuvem era rezadeira

O cabra ciscava a raia

Valente vestia a saia

Porque pondo a coisa à toa

Um peito vira canoa

Vendo quando a bala voa

Tomando reta encrequeira

No tempo do jagunço

Lampião era odiado

Também era idolatrado

Tinha muito cangaceiro

Cabeleira Antonio Silvino

Jesuíno, Sinhô Pereira

Corisco, Lucas da Feira

Tudo cabra e cartucheira

Rodando o sertão inteiro



Nina Araújo





Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=48153