Odorífero

Data 14/08/2008 16:06:52 | Tópico: Poemas

Permito-te só a ti
Leitor que me devoras,
Dizer que de mim fingi
Por entre pressas, sem demoras,
Olhei e não me vi.
Escondi-me em versos por horas,
Comi, comi e comi!
Reparei na forma como choras,
Sem cor na alma que não entendi
Feita de chuva e escrita em Toras,
Breve como sempre a conheci,
Zoológica entre faunas e floras,
Bíblica até onde a permiti
E profana com sabor de amoras.
Rebelde paixoneta como nunca li
Adornada por flores que imploras,
Altar casamenteiro osmandi
Onde com prazer te decoras,
Sexualmente te prendi.
Tomei-te pura, picada de esporas
Irada por estas mãos estarem ali,
Tomadas de razão, escondidas em loras
E não assim soldadas na tua pele, aqui!
Li-te um epitáfio na água das noras,
Num contra-relógio modesto e xavi
Dei-te a vida em que me adoras


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