Os nadas que tudo encerram...

Data 14/03/2007 02:52:09 | Tópico: Textos -> Desilusão

Hoje passei por ti mas nem por mim deste, acenei-te e não quiseste ver, atirei-te um beijo e tu não o apanhaste... hoje fingiste que não era eu em ti e que aquela que vias era a infeliz e triste desconhecida de sempre que alguns dias atrás era nada... demente mulher incógnita que parecia querer de ti mais do que tu lhe querias dar.
Hoje tive a sensação intragável de me recusarem um gesto, de me não receberem em amor e tudo porque fui e serei para ti uma triste desconhecida que era nada, era nada... agora posso muito bem ser tudo o que sempre procuraste mas, mesmo sabendo disso, recusas-me, magoas-me, evitas-me... mas estou em tudo o que fazes porque te sou e porque tu me és como antes nunca ninguém fora.


Entendes? Não fales... shhhhhhhiiiuuuuuu..... escuta-me apenas.



Hoje não estavas com cabeça para mim, andas cansado e cheio de trabalho mas que é que isso importa? Eu ando abatida e triste e mesmo assim não te recuso, em nenhum segundo da minha vida te recusaria, és-me e portanto estás-me. Estás-me no sangue vermelho que me corre pelas veias, estás-me no bater acelerado do coração, estás-me nas verdades e nos segredos ditos baixinho ao ouvido, estás-me...

Julgas que eu sou um nada e por isso me recusas, fica a saber que há nadas que tudo encerram...


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