FACA

Data 19/08/2008 00:55:05 | Tópico: Sonetos

A cada passo dado na estrada,
A cada erro, a cada desvario,
A cada porta que encontro fechada,
A cada nada, a cada vazio,

A cada não que escuto calado,
A cada sapo que engulo sombrio,
A cada gesto que faço enfadado,
A cada ócio, a cada riso frio,

Sinto um aperto louco na garganta,
Ouço tua voz clara em meu ouvido
Como uma faca de corte gelada.

Lembro de como a vida era tanta,
Lembro do quanto havia sentido,
Lembro de nunca me lembrar de nada.


Frederico Salvo.






Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=48799