
AO PASSADO NÃO VOLTAREMOS
Data 28/08/2008 15:58:37 | Tópico: Poemas -> Esperança
|
Quando, à minha volta, tudo era nada, por lixeiras caminhando, atreito a todas as doenças (que a fome era muita), onde nem mais reconhecia rostos ou gestos e todas as estradas, eram meus algozes, bulia no meu pensamento, que um dia, tudo isso acabaria e tu estarias no sítio certo, à minha espera, chamando-me para ti, estendendo teus braços, impregnados de um amor já tão raro, nos dias que correm, onde o preconceito reina, acima de tudo.
Eu… bom…. eu era nada, pouco mais que um fantoche, capitulando uma outra vez, às garras do vicio; que me fizeram perder casamento e tudo, que, de bom, havíamos planeado.
De regresso ao meu Augusto país, quasi dois anos sofri, tamanha perda, que de tudo me culpei e injuriei, por novamente ter fraquejado, quando, à partida, só um sol raiava e a esperança, me conduzia, num louco frenesim, de vida e tamanhas conquistas.
Definhando eu em minha cama, sem dormir nem comer, quis sentir todas as dores possíveis, que assim castigassem meu ser, revelador e fraco –
não deixaram os meus bons amigos, que se posicionaram a meu lado, e, incutindo-me, novo fôlego, foi que, aos poucos, da redoma saí.
Não haveria de passar muito tempo, até ao nosso reencontro; e, eu soube, que eras aquela, por quem ansiava, para começar uma nova vida, partindo dos princípios de tudo; e, de novo, me senti amado, sem nunca por ti ter sido julgado, que tu alma é pura e nosso amor resultou, como às coisas mais naturais, deste nosso imenso Universo.
Hoje somo um em dois. Ao passado não regressarei. Que tudo que colhi de ti, foi aprendizado e muito amor. E que agora quero compartilhar contigo, com o respeito e o orgulho, que soube preservar, e tu bem exaltaste.
Jorge Humberto 27/08/08
|
|