Junto as pedras

Data 02/04/2007 14:59:59 | Tópico: Acrósticos

Cá me encontro, junto as pedras,
por sobre uma esplanada
Sinto-te em leve brisa ao meu rosto acarinhar,
e bem sabia que eras tu
Virei-me e senti,
como se uma imensa onda se rebentasse por sobre mim
Num turbilhão de imagens
e sentimentos que se embrenham
Não sabia o que dizer,
nem o que pensar,
Então te aproximaste ainda mais,
lentamente, e sorriste
um sorriso inebriante que me desapercebi do eu,
e cá estava,
Rendido,
a querer-te novamente
A desejar os tempos de outrora,
donde eramos um, tempo remoto...
Seria possível esquecer-me do que fizeste
e entregar-me a ti novamente?
Valeria a pena? - Assim indaguei.
Voltamos num só momento,
um para outro, num olhar.
Disseste-me: Olhe ao derredor,
vê a natureza a nossa volta tão bela,
Para que pensarmos no que o futuro nos reserva
Quando nada acontece por acaso,
e por isso cá estamos.
Depois de tudo que nos sucedeu, pensei...
Valeria então a pena reviver o passado?
E voltarmos as velhas feridas que jamais fecharam
Feridas que só me fizeram sofrer,
em desventura me encontrar.
Continuavas a mesma,
uma bela criança em sua meninice de amar,
que com o tempo se esmerava,
mas nunca deixará de ser menina mulher,
Surgi cá as dores, como dantes,
quando fugiste deixando apenas o cálice do sofrer
E agora queres fazer de conta que nada se passou,
como é possível poderes ser tão insensível?
Ei! Novamente partiste sem nada dizer.
Torno ao efectivo então,
desato-me das pedras de outrora que ao ser castiga,
Levanto-me, para viver, quem sabe n’outro dia te encontrar,
E quem sabe assim, escutar tudo que ainda não me disseste.




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