Teorema da Moral

Data 28/08/2008 21:27:09 | Tópico: Poemas

Li conversas em lábios transeuntes, secos,
Desdenhos na ferrugem de arames farpados
Malícia nos olhos meus, entre muitos mais.
Cuspi raiva do mundo que rodeio
Com inveja da curiosidade do meio
Da insolvência de certos animais,
De homens e mulheres mal educados
Néscios moradores de sujos becos.

Ensinei todos os restos do meu passado
Em tons de cinza, rebeldes, enevoados,
Fartos da parca sabedoria insensível.
Bramei a pais, vizinhos e irmãos,
A todos os que não deram as mãos,
Entre suas máscaras invisíveis...
Chamei-lhes nomes nunca lembrados,
Estou só, esquecido e falhado.

Fui exemplo de tenra negação,
Espelho disforme do meu ego
Que penetra no olhar das palavras,
Ocas sílabas desenterradas da memória,
De um viver sem pingo de glória,
Terra que em mim lavras...
Escuridão que me faz cego
Em desertos de tentação.


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