Disforme

Data 29/08/2008 11:58:11 | Tópico: Poemas -> Góticos

Luso semítico monstro oculto de sangue corrompido,
Repouso na poeira das lembranças apagadas
Monstro de face deformada e longos caninos
desafiadores sobre lábios desfeitos em tênua pele cinza opaca.

O amor não concretizado canta o nome dela nas trevas de minha ruína em espírito vago,
Perdido em manchas aos redor de janelas d`alma sem calor de vida
Cadáver que a passos largos caminha destinado a loucura plangente de perversa existência,
Erguo em clamor misericoridioso este olhar embaçado de lágrimas e fúria pestilenta.

Paixão que passeia na vila em ingênuos desvarios,
Que esta face disforme, insone não assombre seus dias de calma felicidade,
A paixão não é permitida mesmo entre os que habitam o vale da sombra e da morte
Um espinho que atravessa a fronte alva até do falecido mais nobre.

Distinto anseio pagão,delicada Afrodite com vocação de poeta,
Como acreditar nas palavras ternas de teu afago caloroso ?
Não vistes a lamúria pesonificada nênia, nem conheces a carregada feiúra de meu rosto,
Quem dera não ter vergonha de tão pardacento semblante carregado

Resta então definhar sozinho sonhando com suas carícias e abraços,
Os cabelos negros caindo placidamente aos ombros delicados
Lábios tão desejados,a alma pura,face linda,
Não mereces corrompimento beijado pelo vampiro condenado,
Esquelética criatura,eterno convalescente de arraigado sofirmento,
Velando pelo que anda marcado por recrudescentes tragédias,estigma sacrosanto de pesadelo vivo e puro lamento.



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