O Agreste de Avena e Pernambuco

Data 01/09/2008 17:10:39 | Tópico: Poemas



“Daí-me hua fúria grande e sonora/ E não de agreste avena ou frata ruda/
Mas de tuba canora e belicosa/ Que o peito acende e a cor ao gesto muda”

Luis de Camões- Os Lusíadas, canto I



Óxente que eu bem sabia
Lá também tem um agreste
Num tem o cabra da peste
Nem tem ares de sertões
Mas é falado no mundo
“Em freixo, álamo e umbro”
Pois é dum tal de Camões
O povo acolá não abóia
São dias sem vaquejada
Nem zabumba nem batuque
Ou milho que sai sem truque
Na aridez dum roçado
A vida lá tem outro fado
Em mares de águas claras
As violas são guitarras
E o vira dança aprumado
Mas vejo um xote no compasso
Vou já buscar o oito baixo
Para dar voz ao meu baião
E vou chamá-los cem vezes
Venham amigos portugueses
Dançar ao som do sertão !



Nina Araújo


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