antracite
Data 02/09/2008 18:18:43 | Tópico: Poemas -> Surrealistas
| antracite carvão mineral, aquele que dificilmente arde... e já s'incendeia,
sem chama sem cheiro sem fumo … sem rumo
é
seda cetim tecido rasgado tecido vendido ao milímetro dum fardo acarreado em dorso de um estivador dobrado directo em braços em mãos em pontas em dedos em medas no metro no ritmo e no fado falado queixoso … choroso, na cor e no risco… traçado.
carvão, toutinegra, chinela raiana… tamanca varina, menina da bica, cigana na linha da vida e da sina e no sigma que (en)leio,
... o fio.
antracite esta cor este grito este vestido que visto e que rasgo e que corto na fúria da boca.
pardacenta, consola se escrevo um poema uma prosa em folhas de chá e de rosa...
e se voo e sou monga e se vento e o vento me sopra e se volto e sou diáfana de louca
nas asas de ti, falcão da tarde passarola voadora [tamanha a saudade] balão que sobe na linha do Sol, [no lato horizonte] e s’evapora, no perto e no longe [do agora.
antracite citas-me e eu rio; desnudas-me e nem sequer sinto brisa [tão pouco o frio] e vestes-me da roupa de ti nas vestes de seres, a parte que sinto, faz parte de mim.
e agasalhas-me a alma e enroscas-me a fala em fusos confusos em latitudes de carne em longitude d'abismo e d'astúcia de verde e vermelho na folhagem e no acervo na cor da bandeira – Maria da Fonte, mulher inteira...
e somos poema e somos cisternas de pluviais águas e lobos do mar e ilhas perdidas e velas latinas a naufragar!
... nada mais!
|
|