
III Guerra Mundial
Data 06/09/2008 10:35:42 | Tópico: Poemas
| O tormento que me ataca, O pensamento que me escapa, À luz de um Sol escaldante, A sentir este vento irritante Que espeta como uma farpa O corpo moribundo que não encontra.
Dores que me apertam, Pescoço enrolado em nós de gravatas. O medo que não resiste, O corpo que já não persiste. Fazem-te tudo o que não gostas Por um desejo que não realizam.
A cabeça começa a fraquejar, Como um maligno tumor Que suga os pensamentos, Despreza os sentimentos Do povo de um qualquer Timor Que todos querem calar.
Segurem-me todo este ódio Que me incendeia por dentro e por fora, Cujo arame farpado me desliza pela cara Com uma força colossal que não pára. Todo um povo que sente e chora Por não ter em vida, lugar neste pódio.
Toda a luz que me ilumina, Que me mostra aquilo que eu sou, Que me interpreta perante os outros, Apaga-se agora em bocados escuros. Nunca ninguém assim amou Pois o amor nunca a alguém se destina.
Este sentimento macabro Que me aperta o coração, De ver bombas a cair. Apenas me lembro de fugir, Chorar a destruição A cada porta que abro.
Lia frases nos olhos dos mortos, Mais fácil do que ler os jornais queimados. Raspava-lhes os corpos nus e sujos, Tirava-lhes toda a merda com os dedos, Sem razão para medos…. Eram só corpos.
|
|