
Em Terra de Estranhos
Data 08/09/2008 02:06:10 | Tópico: Prosas Poéticas
| Desembarcou do autocarro cor de ferrugem, onde até os mosquitos o estranhavam, ao princípio da tarde, perto das quatro horas, em companhia de cães, gatos, vendedores de rua, polícia armada até aos dentes de morte a tiracolo, conversas agitadas pitorescas de mais velhos e menos velhos, rugidos de motas, moscas,muitas moscas, casas amarelas arruinadas, a revolução a cair de velha, quando lhe pediram lume :não fumava,porém, como não sabia falar a língua local, tomaram a recusa por um insulto vil. Ao regressar ao conforto e simpatia da unidade hoteleira construída à alegria e segurança de turistas estrangeiros endinheirados. Sentia-se mais sozinho que nunca, perdido numa ilha de incomunicabilidade, mesmo que, recordavas, naquele instante de desconfiança, ignorância, estranheza, medo, de lume pedido, tenhas muito provavelmente , por um problema de expressão, resistido à/ao amizade, angústia, amor, morte, delito menor. Recordavas agora, feliz, por tudo não ter passado de um conto policial de fantasia sul-americana que acabaste de ler , europeu estendido sobre a cama feita num quarto de hotel bafiento de uma cidade asiática.
|
|