
Enganei-me
Data 05/04/2007 20:50:00 | Tópico: Prosas Poéticas
| Enganei-me ao pensar, que poderia ver-te, Que eras seio do mar, e não ensejo, De certo que teria em mim ao ter-te E fiz amor da fábula, por tanto desejo esquivei-me, negando ter saudade Mas saudade como fonte que jamais cessa Brotou-me, desnudo, fizera de mim verdade E por entre as frestas do ser vaguei Procurando um lugar só, aparente Encontrei-me ao chão, dado onde não desejei Estar, desde então, longas são as falas, na mente Espatifadas por entre as folhas, em pingos por entre os olhos Em mágoa por entre os dedos... Enganei-me, sobremaneira ao pensar Ao dar-me a um suposto” ser” que não era, Deixou-me cá, como sempre estive a ser Só, sofrendo, novamente miragem, na espera... Então sem forças, se recomeça a jornada Ainda assim se escreve, em pranto, em folha molhada.
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