Perdi-me Nos Escombros…Da Sociedade

Data 11/09/2008 18:07:07 | Tópico: Crónicas

Faz hoje, 11 de Setembro, 7 anos que caíram as torres gémeas do Word Trade Center, em New York, nos Estados Unidos.
Esse facto predomina na minha memória. Nas férias desse ano, enquanto almoçava, assisti, na televisão e em directo ao colapso das torres. Sim, em directo, como um qualquer espectáculo.
Creio que foi o início do fim ainda por acontecer, porque, desde esse dia, nada mais foi igual. A violência foi assumida como algo natural dos nossos dias. Aumentaram as formas gratuitas, modificaram-se preconceitos, actualizaram-se métodos, mas, de facto, nada mais ficou igual, porque tudo piorou para os pacatos membros, honestos, desta sociedade que persiste em fazer parte de um mundo, dito, civilizado.
Hoje, a realidade é diferente, vivemos nos escombros da sociedade e ninguém consegue travar esse flagelo. Amanhã, pela incidência assustadora, tudo isto será banal, de tanto acontecer e de vermos na televisão e nos jornais os constantes acontecimentos que, numa decadência abismal, se repetem. Apenas se repetem.
Perderam-se os valores morais e a justiça não conseguiu acompanhar o aumento da delinquência. Nestes tempos, já é banal, um homem dentro de uma esquadra da Policia disparar contra outro homem, e aguardar julgamento em liberdade. O crime já não passa de uma nova doença social, e, como tal, não há nada a fazer. Resta-nos, suspirar por ainda não termos sido apanhados numa qualquer encruzilhada anunciada na abertura do telejornal das 20 horas. Resta-nos acreditar que tudo o que acontece de mal, nunca chegará a nossa rua ou que nenhum membro do nosso círculo da família, dos amigos ou do lote dos conhecidos, seja envolvido, involuntariamente, num desses episódios agora em voga. E como somos um povo pacífico e de brandos costumes, lá vamos levando os dias, um atrás do outro, com lamentações ambíguas onde o que importa é que as coisas só aconteçam aos outros e nunca aos nossos, até ao dia que algum iluminado, leia-se alguém com poder, sinta na pele e queira mover as suas forças e as suas influências contra o mundo errado. Até lá… está-se bem!



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